Martinelli - 77106
João - 20033
Reino
protoctista
O Reino Protoctista inclui
os protozoários, propriamente ditos, e algumas algas. Protozoários são, em sua grande maioria, microscópicos
seres eucariontes (possuem carioteca) e heterotróficos que vivem em ambientes aquáticos e
úmidos. Eles podem viver sozinhos ou formar colônias tendo nestes uma diferenciação das células especializadas
de reprodução.
Classificação
A classificação dos protozoários baseia-se fundamentalmente nos
tipos de reprodução e de organelas locomotoras.
A locomoção se faz por batimento ciliar, flagelar, por emissão de pseudópodos e até por simples deslizamento de todo o corpo
celular. Em alguns ciliados há, no lugar do citoplasma, filamentos
contráteis, os mionemas. Os pseudópodos, embora sendo expansões variáveis do
citoplasma, podem se apresentar sob diferentes formas.
Esporozoários
Não possuem orgânulos para locomoção.
São todos
parasitas e apresentam
um tipo de reprodução assexuada especial chamada de esporulação: uma
célula divide seu núcleo numerosas vezes; depois, cada núcleo com um pouco de
citoplasma é isolado por uma membrana, formando assim vários esporos a partir
de uma célula
No ciclo vital apresentam alternância de reprodução assexuada e sexuada.
O principal gênero é o Plasmodium,
com várias espécies causadoras da malária.
O Toxoplasma gondii,
causador da doença toxoplasmose é de
grande seriedade em mulheres grávidas até o terceiro mês.
Rizópodes
São amebas (“nus”); radiolários e foraminíferos (têm carapaças com
formas bastante vistosas, feitas de calcário ou de sílica - importantes
indicadores da existência de jazidas de petróleo)
São marinhos, de água doce ou parasitas (Entamoeba histolytica).
Têm um ou mais núcleos, vacúolos digestivos e vacúolos contráteis (apenas nos
de água doce).
Os Rizópodes caracterizam-se por apresentarem pseudópodes como estrutura de locomoção e captura de
alimentos. São projeções da célula, que se deforma toda, que encaminham a ameba
para várias direções. O mecanismo que leva à formação dos pseudópodes está hoje
razoavelmente esclarecido: na região de formação de uma dessas projeções, a
parte viscosa do citoplasma se torna fluida, permitindo que o restante da
célula flua nessa direção. Vários pseudópodos podem ser formados ao mesmo
tempo, modificando constantemente a forma da ameba. Os pseudópodos, na ameba,
não servem apenas para a locomoção. Também são utilizados para a captura de
alimento: pequenas algas, bactérias, partículas soltas na água etc. Eles
rodeiam o alimento e o englobam.
O vacúolo alimentar formado (também chamado de fagossomo)
une-se a lisossomo e se transforma em vacúolo digestivo. Inicia-se a digestão,
a partir de enzimas lisossômicas que atuam em meio ácido. Progressivamente, o
conteúdo do vacúolo digestivo torna-se alcalino, até completar-se a digestão.
As partículas digeridas atravessam a membrana do vacúolo, espalham-se pelo
citoplasma e vão participar do metabolismo celular. Partículas residuais são
expelidas da célula pela fusão da parede do vacúolo com a superfície da célula,
em um processo inverso ao da fagocitose.
As amebas de vida livre que vivem em água doce apresentam vacúolo contrátil ou pulsátil para osmorregulação,
eliminando o excesso de água que vai entrando no seu citoplasma (hipertônico),
vindo do ambiente mais diluído (hipotônico).
Em condições desfavoráveis, por exemplo sujeita à desidratação, a
Entamoeba produz formas de resistência, os cistos, com quatro núcleos no seu
interior (partição múltipla).
A reprodução
assexuada é por bipartição simples ou cissiparidade (mecanismo semelhante a
mitose).
Dentre as amebas é importante a Entamoeba
histolytica, que parasita o intestino humano, causando a disenteria amebiana ou amebíase.
Flagelados
Sua célula é alongada, podem ter um ou mais flagelos e em alguns há também
pseudópodos. No gênero Trypanosoma há uma membrana ondulante que auxilia
na locomoção. Próximo ao ponto de origem do flagelo, existe o cinetoplasto,
organela que contém o DNA, capaz de se autoduplicar e que fica incluído no
interior de uma longa mitocôndria de formato irregular que se estende ao longo
da célula.
Existem flagelados de vida livre (Euglena – possuem
clorofila e realizam fotossíntese; podem, também, nutrir-se de forma
heterótrofa = zooflagelados), mutualísticos (Trichonympha, no
intestino de cupins – fornecem a enzima celulase) e parasitas (Trypanosoma
cruzi).
Nos coanoflagelados, há uma espécie de colarinho que serve para a captura
de partículas alimentares; têm estrutura muito semelhante aos coanócitos,
células típicas das esponjas.
Devido a isso, há teorias que sugerem uma relação filogenética entre
coanoflagelados e esponjas.
A reprodução é sexuada ou assexuada por
divisão longitudinal.
Este filo tem muitos importantes parasitas humanos:
- Leishmania braziliensis: Causa a
leishmaniose tegumentar ou úlcera de Bauru ('ferida brava'). Vive no interior
das células da pele e é transmitida pelo mosquito-palha (birigui).
- Trypanosoma cruzi: Causa a doença de chagas, comum em nosso
país e na América do Sul é transmitida por percevejos popularmente conhecidos
como barbeiros.
- Giardia lamblia: Causa a giardíase (intestinal).
- Trichomonas vaginalis: Causa a tricomoníase (no
aparelho genital).
No intestino dos cupins e das baratas que comem madeira existem flagelados.
Essa convivência é pacifica e caracteriza uma associação em que ambos os
participantes são beneficiados (mutualismo). A madeira ingerida pelos
insetos é digerida por enzimas produzidas pelos flagelados. Ambos aproveitam os
produtos da digestão.
Ciliados
É o grupo mais altamente especializado. Apresentam cílios, cirros e membranelas.
Estas duas últimas estruturas resultam da concrescência (união) de muitos
cílios. Entre eles estão os protozoários “gigantes” como os paramécios (Paramecium)
muito usados em estudos; aqui estão os protozoários de organização mais
complexa. Os paramécios deslocam-se muito mais rapidamente que os flagelados e
as amebas por causa dos inúmeros cílios que se projetam da parede do corpo. A
maioria é de vida livre.
Além de orgânulos especializados, possuem dois núcleos: macronúcleo (funções vegetativas) e micronúcleo (funções genéticas: hereditariedade e
reprodução); apresentam extremidades anterior e posterior; na membrana, a
entrada do alimento se dá pelo citóstoma e a saída de resíduos pelo citopígio (= citoprocto).
Possuem dois vacúolos pulsáteis que funcionam alternadamente
efetuando a regulação osmótica e possivelmente a expulsão de toxinas. Cada
vacúolo possui canais que recolhem a água celular, encaminhando-a para um
reservatório que efetua a sua expulsão da célula.
Trocas gasosas e excreção, como nos demais protozoários, ocorre
pela superfície da célula. A reprodução
assexuada, como na ameba e na euglena, ocorre por divisão binária.
A reprodução
sexuada por conjugação consiste
no pareamento de dois paramécios, com fusão das membranas e em seguida troca de
material genético dos micronúcleos. Depois os paramécios se separam e se
reproduzem assexuadamente por cissiparidade.
Reprodução
No
caso dos indivíduos unicelulares, geralmente a reprodução se dá de maneira
assexuada por bipartição.
Porém,
pode haver também reprodução sexuada por conjugação ou formação de gametas. As algas pluricelulares possuem ciclos reprodutivos complexos chamados
de haplobiônticos.
Reprodução Sexuada:
SINGAMIA OU COPULAÇÃO:
É a união completa de duas células haplóides
(gametas). Em formas primitivas, observa-se ISOGAMIA morfológica,
ou seja, semelhança dos dois gametas. Dela se deriva a ANISOGAMIA,
na qual microgametas móveis (as células sexuais masculinas) se unem com os
macrogametas (células sexuais femininas) imóveis, na maioria dos casos.
CONJUGAÇÃO:
União parcial
transitória de dois indivíduos, na qual se trocam mutuamente núcleos haplóides
de modo que, depois de realizada a separação, os núcleos dos ex-conjugantes
possuem uma nova guarnição cromossômica combinada. A conjugação encontra-se somente
nos ciliados, os protozoários mais altamente diferenciados e mais ricos em
diferenciação citoplasmática. O ciclo é diplobionte.
Dois ciliados, na maior parte das vezes com a mesma
forma, encontra-se um ao outro pela região oral; aí se forma uma ponte
citoplasmática.
Reprodução Assexuada:
Divisão binária simples
Este tipo de
reprodução baseia-se na bipartição do corpo celular. Nas amebas nuas não há
plano de divisão, elas simplesmente assumem uma forma arredondada e dividem-se
em duas metades basicamente iguais as células filhas recebem diretamente a
estrutura do progenitor; em apenas um dos indivíduos será formado, de novo, um
vacúolo contrátil. Já nas amebas testáceas há uma considerável variedade e sua
divisão freqüentemente assemelha-se ao processo de brotamento,como ocorre em Arcella . Nestas
o protoplasma se exterioriza gradualmente pela abertura da concha como um
grande pseudópodo, separando-se após mitose. O organismo gerador retém a concha
e a metade do citoplasma, enquanto o outro membro secreta uma nova concha.
Divisão Múltipla ou esquizogonia
A divisão múltipla segue-se às mitoses repetidas; em
alguns grupos de protozoários, a divisão nuclear não é seguida imediatamente de
citodierese. Resulta então a acumulação de muitos núcleos, milhares talvez,
antes que se inicie a diferenciação das células filhas. Quando esta começa a se
processar, formam-se quase concomitantemente muitos organismos filhos. Então o
citoplasma divide-se em tantos territórios quantos os núcleos filhos, isolando
elementos unicelulados ou esquizozoítos. Ocorre em protozoários parasitos
(Apicomplexa, Microspora, Ascetospora e Mixozoa) e em algumas espécies de vida
livre (foramníferos e “radiolários”).
Brotamento
É uma forma de fissão no curso da qual pode a
célula materna ser apenas afetada pelo processo reprodutor. No brotamento
simples de um suctório, o ciliado paterno, sedentário, conserva seu aparelho
alimentador, enquanto se realiza a divisão nuclear e é produzido um broto
terminal ou lateral que se desenvolverá convertendo-se
em larva ciliada. Em outros casos, o brotamento é múltiplo e há produção
simultânea de 4 a 12 larvas (em Ephelota),
embora em outros suctórios, Acineta por exemplo, a larva possa aparecer
por brotamento do fundo de uma cavidade matriz que se forma por invaginação da
superfície do corpo. Em certos ciliados, ou seja da ordem Apostomatida, há casos de
formação de cadeias lineares de ciliados formados por brotamento.
Os organismos ciliados resultantes do
brotamento, nadam livremente até se estabelecerem num substrato, quando perdem
os cílios e desenvolvem tentáculos alimentadores e pedúnculo fixador.